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Resultados do PIB (nacional e baiano) até o 3º trimestre de 2017

De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, o produto interno bruto brasileiro cresceu este ano até setembro 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Não é motivo para comemorar!
Do ponto de vista da oferta, o destaque foi para a agropecuária, crescimento de 14,5%. A indústria caiu 0,9%, destaque negativo para a construção civil, e destaque positivo para a indústria extrativa. Os serviços caíram 0,2%, entretanto, o setor de comércio cresceu 0,8%.

O resultado ainda não significativo porque o setor que mais cresceu é o que tem a menor participação no produto. A participação da agropecuária é de 6%. Os serviços detêm a maior participação, cerca de 60%. Enquanto este setor não crescer, teremos resultados pífios no curto prazo! Por fim, a indústria, participa com 20%; como ainda se recupera, seus efeitos sobre o produto se darão no médio prazo.

Do ponto de vista da demanda, a formação bruta de capital fixo, leia-se, investimentos, cresceu quase 4% este ano. Também produzirá efeitos positivos no médio prazo.
O consumo cresceu 0,4%, é o maior peso no produto interno. Qualquer injeção de recursos, há um impacto positivo. O que certamente ajudou neste indicador foi a liberação de recursos do FGTS. Está aí um caminho para o crescimento no curto prazo, aliado a redução de impostos, com isso aumentando a renda disponível combinada com inflação baixa.

O destaque negativo ainda continua o governo. Os gastos agregados desse setor caíram 0,6% este ano, sendo que tem participação no PIB de 17%. Dado o congelamento dos gastos, não se vislumbra crescimento via este componente.

O cenário interno ainda é muito desafiador, dado o nível de ociosidade, representado por estoques altos e nível de desemprego elevado. Creio que os investimentos terão um papel preponderante em 2018, dadas as quedas nas taxas de juros, variável esta que aumenta o apetite empresarial por mais investimentos.

Já na Bahia, o PIB cresceu 0,3%. Destaques para a agropecuária, com crescimento de 26%. A indústria caiu 4%, com impacto muito forte no segmento de extração mineral, queda de 14%. Este resultado foi agravado pela redução produtiva da Petrobrás em petróleo e gás.  Os serviços caíram 0,2%, destaque para o setor de transportes, com queda de 4,3%.

A perspectiva é que cresça 0,7% este ano, com destaques para os segmentos da produção na cadeia produtiva de veículos e indústria de alimentos e bebidas. Ah, injeção e recursos do 13º salário também manterão o produto no campo positivo.

Givanildo Bispo do Nascimento. Graduado em Ciências Econômicas. Bancário.
e-mail: givanildobispo@gmail.com

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