Pular para o conteúdo principal

Taxas de juros para o consumidor: ainda punitivas!

O Banco Central divulgou no último dia 01/08/2017 o comportamento dos juros pelo uso do chamado “rotativo” do cartão de crédito. Só para lembrar, o rotativo é aquele valor que o cliente paga entre o mínimo e o valor da fatura na data de vencimento.
Segundo o comunicado, os juros para esta modalidade de financiamento caíram de 431% a.a. em março para 230% a.a. em junho, equivalentes a 10,5% a.m. Apesar da redução, é uma taxa bastante onerosa para o consumidor, sendo a segunda modalidade de crédito mais cara para a pessoa física, perdendo apenas para o cheque especial, que foi de 12,76% a.m.
Mais do que nunca, antes de sair para comprar, o melhor é fazer as seguintes perguntas: 1) eu necessito para quando?; 2) qual o preço?; 3) como vou pagar?; 4) quanto vai consumir do meu orçamento? E mais, se programe para pagar a fatura sempre no valor integral!
Mas, contratempos acontecem, e se não deu para efetuar o valor integral da fatura, a dica é: antes de parcelar, procure outra modalidade de crédito mais barata para efetuar o pagamento da fatura, por exemplo, o crédito consignado. A taxa média de juros para esta modalidade foi de 2,95% a.m. em julho. Mas lembrando, o ideal é pagar a fatura na integralidade!
Como informado, o cheque especial continua liderando em taxas de juros. Em jun/2017, a taxa foi de 12,76% a.m. A título ilustrativo, caso pague somente os juros sobre o uso de R$ 1.000,00, em aproximadamente oito meses você pagou esse valor somente de juros!
Em junho as menores taxas de juros para pessoas físicas continuaram com o crédito consignado. Para os clientes do setor privado a taxa média foi de 2,95% a.m., enquanto para os empregados do setor público a taxa foi de 1,93% a.m. Para os aposentados, a taxa do consignado foi em média de 2,07% a.m.
Apesar da redução da taxa de juros oficial, a SELIC, os juros para o consumidor ainda são muito altos, e devem continuar enquanto a economia permanecer em recessão, com alto grau de desemprego que reflete na maior percepção de risco de crédito.

Givanildo Bispo do Nascimento. Graduado em Ciências Econômicas. Bancário.
e-mail: givanildobispo@gmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pernambuco vs Bahia no Ranking de Eficiência dos Estados

A Folha  e o Datafolha publicaram o Ranking de Eficiência dos Estados (REE-F). O estudo mostra "quais estados entregaram mais educação, saúde, infraestrutura e segurança à população utilizando o menor volume de recursos financeiros". Os estados são classificados em eficiente, cuja escala seja acima de 0,5; alguma eficiência , entre 0,429 a 0,499; pouca eficiência , entre 0,333 a 0,428 e ineficiente  abaixo de 0,333. Aqui no nordeste, somente o estado de Pernambuco é considerado eficiente , com índice de 0,517, ocupando a 4ª colocação no Brasil. A Bahia atingiu o índice de 0,362, classificado com  pouca eficiência  e ocupando a 16ª entre os estados brasileiros. Dentre as 06 variáveis estudadas, Pernambuco é considerado eficiente em três: educação (0,58), infraestrutura (0,5) e finanças (0,84). A Bahia é considerada eficiente somente em duas: segurança (0,55) e finanças (0,79). Alguma eficiência é encontrada na saúde pernambucana (0,48), pouca eficiência na segurança (0,3

Projeto de Lei Orçamentária Anual de Alagoinhas para 2018: uma análise das receitas

A peça orçamentária de Alagoinhas para 2018, elaborada pelo Poder Executivo e enviada à Câmara para discussão e votação, estima as receitas em R$ 373,87 milhões. Um crescimento de 18% em relação a de 2017. Dos R$ 58 milhões a mais, R$ 40 milhões (75%) são oriundos das transferências correntes da União, Estado e repasses também da União. As transferências do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), representarão mais da metade desse crescimento; passarão de R$ 84 para R$ 108 milhões, crescimento de 28%. As transferências do Estado não passarão de 5% (uma análise bem realista). E os repasses, sobretudo do SUS e educação, crescerão aproximadamente em R$ 13 milhões (crescimento de mais de 30% em relação a 2017). Sou cético quanto a esse crescimento das transferências correntes, sobretudo porque a perspectiva de crescimento do país para 2018 varia entre 2,5% a 3,5% (cenário bem otimista). Não vejo base alguma de crescimento no FPM em 28%! Analisando as receitas de capita

Transparência e (versus) entrega de resultados ao cidadão

De forma a cumprir o que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Prefeitura de Alagoinhas publicou no dia 24 de julho de 2017 o Relatório Resumido de Execução Fiscal referente ao 3º bimestre do ano. No acumulado deste primeiro semestre, o balanço orçamentário apresentou uma receita de R$ 151,800 milhões, contra uma despesa liquidada de R$ 129,540 milhões; portanto, um superávit fiscal de R$ 21,890 milhões. Do ponto de vista da receita, estas seguem em linha com a média, atingindo 48% da previsão atualizada para o ano. Em relação à despesa, cerca de 95% são destinados ao custeio da máquina pública, destes 53% foram para pagamento com pessoal e encargos . O mais preocupante foi ter desembolsado um volume de recursos superior para a amortização da dívida (R$ 3, 654 milhões) contra R$ 2,710 milhões para investimentos . A despesa por função ficou distribuída em sua maior parte com a administração (25%); saúde (25%); educação (21%); urbanismo (10%). A dívida consolidada do muni