De acordo com o Relatório
de Política Monetária e Operações de Crédito divulgado pelo Banco Central no
último dia 27 de julho, houve recuo de aproximadamente 2% do saldo das
operações de crédito nos últimos 12 meses.
Do ponto de vista dos ofertantes
de crédito, creio que sejam sintomas percebidos quanto ao maior risco de
inadimplência, provocado pelo alto endividamento das famílias e empresas,
insuficiência de garantias e alongamento do horizonte de retomada do
crescimento econômico. Outro fator que influenciou na oferta de crédito foi
provocado pelo rompimento das linhas de crédito do BNDES.
Pelo lado dos tomadores
de crédito, fatores como o alto endividamento e desemprego das famílias, e pelo
lado das firmas, o alto nível de estoques, queda nas vendas e níveis de
endividamento provocaram redução no saldo das operações de crédito.
Do ponto de vista da origem
dos recursos, os captados livremente no mercado correspondem a metade do saldo
das operações de crédito. O custo médio das operações com recursos livres
situou-se em 46% a.a., quase quatro vezes a taxa dos recursos direcionados.
Quanto às modalidades, as
famílias continuam demandando o crédito rotativo do cartão de crédito, crédito
consignado e financiamentos imobiliários. Para as empresas, destacam-se os descontos
de duplicatas e recebíveis, capital de giro e financiamentos do BNDES.
O que preocupa é o tipo
de financiamento procurado tanto pelas famílias quanto pelas empresas. As
famílias ainda insistem em parcelar o saldo do cartão de crédito, quando
poderiam procurar modalidades mais baratas a exemplo do crédito consignado. As
empresas continuam a antecipar recebíveis, a taxas superiores a 30% a.a.,
quando poderiam financiar suas vendas e manter o fluxo de caixa com capital de
giro.
Enfim, o sangue que
irriga o sistema está menos intenso e carregado de colesterol!
Givanildo Bispo do Nascimento. Graduado
em Ciências Econômicas. Bancário.
e-mail: givanildobispo@gmail.com
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